sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Convite

DOM QUIXOTE... e a aventura continua!!
Você é nosso convidado(a) para esta viagem no trem das Expedições Literárias.
 Dia 01/09/2012, sábado, às 18 horas, na Escola Interação.
Esperamos por você.
Bruno e Luzenir

Sexta estação: Dom Quixote

Nesta viagem, o trem das Expedições Literárias foi longe... para as terras da Espanha. A obra escolhida foi Dom Quixote, do Miguel de Cervantes.
Logo na chegada, os passageiros puderam degustar um menu que fazia referência à obra e ao país: pão, queijo, azeite, azeitonas e suco de uvas (vinho não pode, não é?).
A Luzenir falou sobre a biografia do autor, mostrando imagens de paisagens espanholas. Em seguida, o Bruno começou a discussão sobre a história. A conversa foi bastante animada, com todos opinando e, claro, com muitas risadas (exceto da Rosângela, que ficou penalizada com o herói).



Momento emoção: a Nize reconheceu dentre os integrantes do Grupo de Teatro um ex-aluno da escola onde ela trabalha e a quem ela sempre dava jeito de emprestar livros quando a biblioteca não estava funcionando. Lindo!


Participação especial neste encontro: professor de teatro Gustavo e seus alunos do Grupo Criança Canhota.


Cada passageiro ganhou um livro com a versão de Dom Quixote em cordel.
Como se trata de dois volumes, ficou combinado que haveria mais um encontro para finalizar o bate-papo, sendo que seria disponibilizado a todos um documentário sobre a obra e uma versão resumida para quem quisesse ler até o próximo encontro.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Estação Cinema


Nas Expedições Literárias, a leitura da obra é também é ponto de partida para viagens por outras manifestações artísticas. Uma delas é o cinema. No dia 12 de julho nosso trem parou pela primeira vez na ESTAÇÃO CINEMA. Em cartaz, o filme Vidas Secas, de 1963, dirigido por Nelson Pereira dos Santos.
Contamos com a parceria do Departamento de Cultura, que cedeu o espaço do Cineclube Águas do Mucuri, no Centro de Cultura e, além de alguns dos passageiros de costume, contamos com a presença de alunos do Ensino Médio da Escola Estadual José Quaresma da Costa (que foram acompanhados pelo professor Matheus e a supervisora Neuma) e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da Escola Interação.
                                                                                                           





VIDAS SECAS EM CANÇÕES, POEMA E PINTURA

Asa Branca
Luiz Gonzaga e Henrique Teixeira - 03/03/1947
Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "
prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"
Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim
vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus "óio"
Se "
espaiá" na prantação
Eu te asseguro, não chore não, viu
Que eu
vortarei, viu
Meu coração

A VOLTA DA ASA BRANCA
Luiz Gonzaga

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da
prantação

A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das
muié séria
Dos homes
trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra
moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza


Sentindo a chuva
Eu me
arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não
atrapaiá meus pranos
Que que há, ô seu vigário
Vou casar no fim do ano.

RETIRANTE
Gonzaga Medeiros
Vai para onde, ó retirante,
com este rosto tão magro
e este olhar tão profundo
de tão profundamente olhar o vazio da vida
no cheio e sujo poço do mundo?
Teve de pendurar a enxada
por ordem da ditadura do boi?
Responda, ó retirante,
onde pensa encontrar terra mais repartida,
justiça mais triunfante?
Depois de atravessar fronteiras,
montes, distantes porteiras,
montado no calcanhar,
olhem lá o retirante!
Tem cara de Fabiano,
sua vida seca tem cara
da história de Ramos, Graciliano.
Vai para onde, ó retirante?

Retirantes, de Cândido Portinari
 
 

Segunda estação: VIDAS SECAS

Depois de uma parada - dupla! - na Estação Dom Casmurro, o trem das Expedições Literárias seguiu viagem e parou na Estação VIDAS SECAS, do Graciliano Ramos, no dia 30 de junho. Devido à festa junina da Escola José Quaresma, que aconteceu praticamente no mesmo horário, os passageiros eram poucos, mas muito animados e interessados. Como era época de festa junina, havia uma mesa com algumas guloseimas típicas (pipoca, biscoito e chá)  para degustação. Havia também jogo de argola e pescaria, onde os prêmios eram livros do Machado de Assis.
Seguindo a proposta do projeto, a Luzenir iniciou falando sobre a vida e obra do Graciliano Ramos, usando slides como suporte. Em seguida, o Bruno apresentou um breve resumo da história e dirigiu a leitura compartilhada dos excertos. Para finalizar a Luzenir mostrou slides com obras que apresentam relação intertextual com Vidas Secas, como quadros de Cândido Portinari, canções de Luiz Gonzaga e Gilberto Gil e poema de Gonzaga Medeiros.
O mais bonito e interessante do encontro foi a demonstração de sensibilidade de todos em relação aos sofrimentos vividos pelo Fabiano e sua família e até pela cadela Baleia.





Lembrancinha que os passageiros levaram para casa.



Terceiro Encontro

No dia 04 de maio aconteceu o terceiro encontro dos passageiros das Expedições Literárias. Foi dada a continuação da leitura compartilhada de excertos da obra, dirigida pelo Bruno, com participação ativa de todos opinando, levantando hipóteses, cada um querendo expor sua opinião, principalmente, é claro, sobre o grande mistério da história: Capitu traiu ou não traiu Bentinho???
O interessante foi que com o decorrer da conversa, opiniões iam mudando e muitos que chegaram tendo certeza de que ela traiu começaram a achar que não e vice-versa. Apesar desta polêmica, natural em todo debate acerca da obra, no final ficou evidente que todos perceberam que, na verdade, esta não é a principal questão da obra, mas sim a busca do protagonista pelo seu verdadeiro "eu".
Concluída a leitura, a Luzenir falou sobre as várias obras que foram criadas baseadas na história do Machado de Assis. São filmes, canções, peças teatrais ou até mesmo personagens de Dom Casmurro que aparecem em outras histórias, estabelecendo uma relação intertextual com o livro.
(veja estas obras nos post anteriores)



Dom Casmurro no cinema, no teatro e na televisão...

Além da música Capitu, do Luiz Tatit, outras obras têm relação intertextual com o livro Dom Casmurro.
Veja algumas...




Capitu,  filme de 1968 dirigido por Paulo Cesar Saraceni, com roteiro de Paulo Emílio Sales Gomes e Lygia Fagundes Telles. É um retrato fiel do livro.





Na novela Laços de Família havia uma persongem chamada Capitu, interpretada pela Giovanna Antonelli. Ela era uma garota de programa de luxo, que se prostituía para pagar a faculdade, a creche do filho e as despesas da casa onde morava com os pais. Mas, no fundo era uma garota romântica e acaba vivendo um grande amor com Fred. Para completar, o personagem Miguel tinha uma livraria cujo nome era Dom Casmurro.

 
Dom, filme lançado em 2003, com direção e roteiro de Moacyr Góes. Mostra uma abordagem contemporânea sobre o ciúme nos relacionamentos. É a história de Bento, um menino, cujos pais, apreciadores de Machado de Assis, resolveram batitizá-lo assim em homenagem ao célebre personagem Dom Casmurro. Tantas vezes foi justificada a razão da homenagem que Bento (Dom) cresceu com a idéia fixa de que seria o próprio Bentinho, destinado a viver exatamente aquela história. A vida imita a arte, e para Dom o triângulo amoroso se forma entre a esposa Ana e seu melhor amigo Miguel. O destino irá fazer com que Bento viva o resto de seus dias com a eterna dúvida à qual Machado condenou seu personagem.





Capitu, microssérie realizada pela Rede Globo em 2008, em comemoração ao centenário de Machado de Assis. Escrita por Euclydes Marinho e dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Entrelaça elementos de época, como o figurino, com elementos modernos, como a trilha sonora e tocadores de áudio digital.


E TEM MAIS...

Dom Casmurro, ópera que estreou em 1992 no Teatro Municipal de São Paulo, com libreto de Orlando Codá e música de Ronaldo Miranda.

Capitu, peça dirigida por Marcus Vinícius Faustini. (1999)

Criador e Criatura: o Encontro de Machado e Capitu, peça dirigida por Bibi Ferreira. Livre adaptação de Flávio Aguiar e Ariclê Perez.

http://www.filmesdecinema.com.br/filme-dom-1570/