quarta-feira, 28 de março de 2012

Registros (extras) do nosso primeiro encontro

Pouco antes do horário marcado, tudo já estava pronto para receber os viajantes!

Aos poucos o pessoal foi chegando e tomando assento!
A Rosângela, vice-diretora da Escola Interação, deu as boas-vindas a todos e assegurou que estará a bordo até o final das Expedições...

Como a literatura pode transformar a sua vida

Águas Formosas, 23 de março de 2012.


O primeiro encontro das nossas Expedições Literárias aconteceu no dia 23.03.2012 na Escola Interação, em Águas Formosas. Explicamos como a literatura pode transformar a nossa vida. Falamos, naquela fantástica noite, sobre os dez seguintes tópicos. Para você que não conseguiu ir ao encontro, em breve postaremos aqui a gravação das palestras!

 
1) Por ser arte, a literatura nos coloca em contato com o que é belo, com o que é eterno Através da arte nós podemos encontrar um relativo alívio para nossas angústias e acostumar-nos a viver junto do que é verdadeiro, bom e belo. Ao contemplar uma obra de arte, podemos encontrar um sentido e um significado para nossas ações. “A arte segura o tempo, eterniza uma situação que nos emociona” - Adélia Prado.

2)  A arte educa a sensibilidade, os sentimentos

Uma das fontes da nossa infelicidade é a falta ou a desordem dos sentimentos. Amamos o que não vale a pena e não gostamos do que é bom. Não amamos de verdade e não somos amados. A beleza é fraterna, é amorosa, não exclui.

domingo, 25 de março de 2012

E a viagem começou...

Enfim, o trem das Expedições Literárias deu a partida. Conforme agenda divulgada aqui no blog, o primeiro encontro aconteceu ontem, dia 23/03/2012, às 19 horas, na Escola Interação, com uma platéia considerável (34 participantes), formada por jovens alunos, professoras e  pessoas de outros setores da comunidade.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Seis teses sobre os valores da literatura


Miguel Sanches Neto

Diante da palavra valor, sempre recuamos para não correr o risco de cair em posturas moralistas num tempo em que as artes se posicionaram fora do âmbito moral, por nascerem de seres problemáticos. O medo de reduzir o campo de expressão afasta, portanto, o produtor e o crítico contemporâneos da questão do valor. Tudo tem valor, da cultura de massa ao mais requintado produto do espírito. Ao mesmo tempo, nada tem valor, porque se quebrou a hierarquia de conceitos, confundindo a noção de arte.

Não obstante, pretendo apontar alguns valores da literatura que não podem ser esquecidos, pois desfazem equívocos que mais atrapalham a fruição da arte do que a democratizam.

Não são necessárias grandes exemplificações para demonstrar que vivemos uma idade em que ocorre o predomínio dos espaços coletivos. Existir é existir com, ou melhor, existir-ponto-com. A lógica do consumo criou a necessidade de ser para o outro, e isso nos obriga a um convívio constante - virtual ou presencial. Por todos os meios - tevê, jornais, internet, amizades - somos solicitados para participar de um agora descartável, que sufoca o indivíduo. Temos uma face coletiva e fadada à rápida obsolescência, imposta não só pelas roupas, pelos objetos que somos levados a possuir, mas também pelas idéias que compartilhamos. Os assuntos que pautam nossas conversas são os que foram tratados pela grande mídia, dona absoluta das faces do presente.

Acostumamo-nos tanto a existir dentro de um conjunto que o encontro com nós mesmos ficou impossibilitado. Podemos nos encontrar e concordar com as pessoas mais distantes geograficamente, mas raramente cruzamos o espelho para encontrar quem nós somos.

domingo, 18 de março de 2012

O que são as Expedições Literárias?

Tirado de www.images.com
Algumas pessoas gostam de assistir à televisão; outras preferem ler ou assistir ao jornal diário; e há ainda o grupo daquelas pessoas que gostam mesmo é de ler romances e de declamar poesias.

Então, olhando dessa forma, será que a leitura de romances e de poesias é apenas um simples passatempo, como é a televisão, ou um meio de informação, como são os jornais?

Será que a televisão, os jornais e os grandes clássicos da literatura universal têm a mesma natureza? Nos encontros das Expedições Literárias queremos mostrar a você que não.

Os três nos proporcionam atividades muito diferentes -- que têm funções e graus de importância diferentes dependendo do objetivo de vida de cada um de nós.

É verdade que os bons livros podem nos divertir e preencher o nosso tempo, mas eles também fazem mais, muito mais, por nós: eles nos dão novas lentes, com as quais poderemos ver a nós mesmos, os outros e o mundo, em geral, de uma forma nova e mais compreensiva. Eles nos ajudam a contar a nossa própria história de um modo diferente, mais sincero e por isso mais autêntico.

Confiram as datas dos encontros!



Tema do próximo encontro: Dom Casmurro, de Machado de Assis
Data e horário: 27.04.2012, sexta-feira, às 19h.

Local: Escola Interação, em Águas Formosas, MG.

A entrada é gratuita! Não é necessário ler o livro antes!


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PROGRAMA COMPLETO

1) Explicação sobre o projeto Expedições Literárias. "Como a literatura pode transformar a sua vida" - dia 23.03.2012, sexta-feira, às 19h.

2) Dom Casmurro, de Machado de Assis - dia 27.04.2012, sexta-feira, às 19h.

3) Vidas Secas, de Graciliano Ramos (maio)

4) Dom Quixote, de Miguel de Cervantes (junho)

5) O Guarani, de José de Alencar (julho)

6) São Bernardo, de Graciliano Ramos (agosto)

7) Otelo, de William Shakespeare (setembro)

8) A poesia de Adélia Prado (outubro)

9) A poesia de Carlos Drummond (novembro)

10) A poesia e as faces de Fernando Pessoa (dezembro)

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sábado, 17 de março de 2012

Fazem parte das Expedições Literárias: Bruno Magalhães


"A transmissão da cultura é uma tarefa
artesanal que só pode ser feita no
contato generoso entre as pessoas."
Mineiro de Belo Horizonte, Bruno passou a infância no Conjunto IAPI, no Bairro São Cristóvão. Lá conviveu com a complexa trama de relações de vida e de morte que ora unia ora separava os moradores dos nove edifícios e da vizinha Pedreira Prado Lopes -- verdadeiros personagens de um "xadrez espiritual em que as paixões (...) são as peças e os seres humanos são as casas do tabuleiro"1.

Durante o ano letivo, em casa e no colégio que frequentou, de orientação protestante, vivia cercado de estantes repletas de livros cuja vitalidade ainda não lhe era plenamente compreensível.

Nos recessos escolares, ia para as fazendas de seus parentes em Santa Maria de Itabira, Barão de Cocais, Dom Joaquim e Morro do Pilar, onde também conheceu e conviveu com personagens de carne e osso que povoaram seu imaginário infantil.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O poder humanizador da poesia





Adélia Prado



Adélia Prado é mineira de Divinópolis
Quando eu falo de poesia, não é apenas da poesia que eventualmente – mas nem sempre – nós encontramos nos poemas. Falo do fenômeno poético de natureza epifânica, reveladora, daquilo que confere a uma obra de arte o estatuto de obra de arte. Pode ser música, pode ser escultura, pintura, teatro, dança, cinema e literatura, que é onde eu me coloco.

Tudo isso que foi nomeado, toda arte, tudo aquilo que eu chamo de arte, se justifica pela poesia que ela contém. Se não tiver poesia, não é cinema, não é teatro, não é pintura, não é literatura. Não tendo, ela é tudo, menos obra de arte. A obra verdadeira é sempre nova, não cansa, porque traz em si mesma, e apesar de si mesma, algo que não lhe pertence, e nem pertence ao seu autor. Vem de outro lugar, de uma instância mais alta, e através da única via possível, que é a via da beleza.